sexta-feira, 2 de outubro de 2009

4 coisas que estão acabando com a computação em nuvem (cloud computing)

Por David Linthicum
(Extraído e traduzido de
http://infoworld.com/print/93399)

Falando com as pessoas sobre a computação em nuvem, é interessante ver dois segmentos principais: um segmento é composto daqueles que consideram a computação em nuvem como a segunda onda de TI, e portanto exigem que você se curve à engine do Google Apps e ao Amazon EC2. O outro segmento inclui aqueles que veem a computação em nuvem como um mal, uma bolha ou um modismo passageiro. (Pouquíssimas pessoas formam o terceiro segmento: aqueles que veem a computação em nuvem como todos deveriam ver a computação em nuvem: simplesmente como opções de arquitetura que aumentam a eficiência e reduzem custos).

Ironicamente, existem algumas forças, em ambos os segmentos pró e contra, ferindo o valor potencial da computação em nuvem -- potencialmente ao ponto de acabar com ela. Elas são:

  • Os apagões do Google Gmail ultra-divulgados
  • A galera do "nebulize tudo"
  • A galera do "a nuvem é o mal"
  • Os próprios provedores da computação em nuvem

Os apagões do Gmail
O problema com os apagões do Gmail, incluindo o último, não são os apagões propriamente ditos, mas o fato de que todo e cada crítico com um blog anunciou o fim da computação em nuvem porque o Gmail travou por algumas horas. Vamos direto ao ponto: Sistemas de E-mail caem, sejam os locais ou "em nuvem", e se você acha que vai ter os 100% de uptime, você está sonhado. O recorde de uptime do Gmail é mais impressionante do que a maioria dos sistemas de email empresariais. E também, o Gmail é grátis, enquanto sistemas de email empresariais custam centenas de milhares de dólares em software, hardware e salários para os encarregados de mantê-los.

A galera do "nebulize tudo"
Este grupo acredita que todos as aplicações e dados devem residir na nuvem, e seus membros usem a arquitetura empresarial como uma oportunidade de buscar tudo o que puderem das nuvens, sem a preocupação com as necessidades principais dos aplicativos e, portanto, o negócio. Estes são tipicamente gente do tipo "gerencie pelas revistas" (manage by magazine), que segue toda moda popular como o único caminho para utilizar a TI em um momento particular. O resultado será implementações falhas de computação na nuvem, não porque a computação em nuvem falhou mas porque foi usada para as aplicações erradas.

A galera do "a nuvem é o mal"
Estas pessoas acreditam que a computação em nuvem gera falta de segurança e privacidade, e também argumentam que a computação em nuvem não seja computação na realidade. Geralmente, esses caras têm muitos problemas reais de segurança em seus sistemas locais, e em muitos casos eles poderiam usar sistemas baseados na nuvem que lhes dariam na verdade mais segurança se eles simplemente abrissem suas mentes para a idéia de usar ativos de TI que eles não precisassem controlar. No final das contas, o real problema para estas pessoas é o desejo de manter controle e poder.

Os provedores da computação em nuvem
Os próprios fornecedores da nuvem estão ferindo a computação em nuvem. Embora muitos dos provedores de SaaS (Software como Serviço) e infraestrutura compreendam serviços de infraestrutura e talvez aplicações fornecidas via Web, eles não conhecem as melhores práticas para o uso de seus ativos de TI sob-demanda no contexto de uma estratégia de arquitetura empresarial. Quando você tem um martelo, tudo se parece com um prego, e eles tem a tendência de não fornecer a orientação adequada para seus clientes para o que melhor serve àquela tecnologia. Esta miopia está levando alguns poucos projetos de computação na nuvem ao fracasso. Bons fornecedores para a nuvem precisam abordar as empresas com o coração de um arquiteto ou professor, oferecendo a orientação chave para garantir que seus serviços sob-demanda se encaixem nos lugares certos dentro da TI existente. Isto significa em muitos casos dizer que suas ofertas de computação na nuvem não são uma boa idéia para um caso de uso específico. Eu entendo que isso é uma coisa difícil de dizer, mas você venderá mais a longo prazo, acredite.