quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Ciência e Fé (não Ciência versus Fé)

Encontrei este artigo sem querer e achei muito interessante... Vale a pena conferir...


Collins: Por que este cientista crê em Deus
06 de abril de 2007
Por Dr. Francis Collins
Especialmente para CNN

Nota do editor: Francis S. Collins, M.D., Ph. D, é o diretor do Projeto Genoma Humano. Seu livro mais recente é "A Linguagem de Deus: Um Cientista Apresenta a Evidência para a Crença."

ROCKVILLE, Maryland (CNN) -- Sou um cientista e um crente, e não encontro conflito entre estas visões do mundo.

Como diretor do Projeto Genoma Humano, eu tenho liderado um consórcio de cientistas para decifrar os 3,1 bilhões de letras do genoma human, o manual de instruções do nosso próprio DNA. Como um crente, eu vejo o DNA, a molécula de informação de todos os seres viventes, como a linguagem de Deus, e a elegância

e complexidade de nossos próprios corpos e o resto da natureza como um reflexo do plano de Deus.

Nem sempre eu abracei estas perspectivas. Como um estudante de graduação em Química Física nos anos 70, eu era um ateu, sem encontrar razão para postular a existência de quaisquer verdades fora da matemática, física e química. Mas então eu fui para a medicina, e encontrei situações de vida e morte nas camas de

meus pacientes. Desafiado por um destes pacientes, o qual me perguntou "No que você crê, doutor?", eu comecei a procurar por respostas.

Eu tive que admitir que a ciência, a qual eu amava demais, não tinha capacidade para responder questões como "Qual o sentido da vida?", "Por que eu estou aqui?", "Por que a matemática sempre funciona?", "Se o universo tem um início, quem o criou?", "Por que as constantes da física no universo são tão bem

ajustadas a ponto de permitir a possibilidade de formas de vida complexas?", "Por que os humanos têm um senso moral?", "O que acontece depois que morremos?".

Eu sempre assumi que a fé era baseada em argumentos puramente emocionais e irracionais, e eu estava perplexo ao descobrir, inicialmente pelos escritos do acadêmico de Oxford C. S. Lewis e subsequentemente por várias outras fontes, que alguém poderia criar um argumento muito forte para tornar plausível a existência de Deus num âmbito puramente racional. Minha idéia anterior de que "Eu sei que não existe Deus" surgiu como a menos defensável. Como disse a famosa citação do escritor britânico G. K. Chesterton, "O Ateísmo é o mais audacioso de todos os dogmas, por que é a afirmação de uma negativa universal."

Mas a razão somente não pode provar a existência de Deus. A fé é a razão mais a revelação, e a parte da revelação requer que alguém pense com o espírito assim como com a mente. Você tem que ouvir a música, não somente ler as notas na partitura. Finalmente, um passo de fé é necessário.

Para mim, este passo chegou nos meus 27 anos, depois de uma pesquisa para aprender mais sobre o caráter de Deus que me levou à pessoa de Jesus Cristo. Ele foi uma pessoa com evidências históricas fortes e marcantes em sua vida, que fez declarações surpreendentes sobre amar o seu próximo e se disse o Filho de Deus, o que pareceu demandar uma decisão sobre ele ser uma farsa ou verdadeiro. Depois de resistir por aproximadamente dois anos, eu vi que era impossível continuar vivendo em tal estado de incerteza, e então me tornei um seguidor de Jesus.

"Então, " - alguém perguntou - "seu cérebro não explode? Você consegue buscar um entendimento de como a vida funciona usando as ferramentas da genética e biologia molecular, e adorar um Deus criador? Evolução e fé em Deus não são incompatíveis? Pode um cientista crer em milagres como a ressurreição?"

Na verdade, não vejo conflito aqui, e nem aparentemente 40% dos cientistas atuais, os quais dizem ser crentes. Sim, a evolução a partir de um ancestral comum é bem verdade. Se existia alguma dúvida sobre a evidência a partir de um registro fossíl, o estudo do DNA fornece a prova possível mais forte de nossa relação com todos os outros seres viventes.

Mas por que este não poderia ser o plano de Deus para a criação? Verdade, isto é incompatível com uma interpretação ultra-literal do Gênesis, mas muito antes de Darwin, houve vários intérpretes pensadores como Santo Agostinho, que viram ser impossível estarem exatamente certos de qual seria o significado daquela fantástica história da criação. Logo, prender-se a tais interpretações literais, à vista de evidências científicas persuasivas sobre a antiquíssima idade da Terra e a relação dos seres viventes pela evolução parece não ser nem sábio, nem necessário para o crente.

Eu descobri que há uma maravilhosa harmonia nas verdades complementares da ciência e da fé. O Deus da Bíblia é também o Deus do genoma. Deus pode ser encontrado na catedral ou no laboratório. Ao investigar a criação majestosa e fantástica de Deus, a ciência pode ser, na verdade, um meio de adoração.